Com a pandemia, um número maior de profissionais, dentre médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e outros, vem sendo necessário para lidar e tratar pacientes infectados com Covid 19. O desafio reside em proporcionar condições para que possam lidar com o elevado número de pacientes. E, como essa situação pode se prolongar no médio/longo prazo, deve-se pensar que esses trabalhadores também deverão se manter ativos por um período prolongado de tempo. Por isso, devemos considerar que os profissionais de saúde não lidam apenas com as questões que já afligem o resto da população, mas também sofrem maior risco de exposição à doença, turnos de trabalho mais intensos, transferência ou mudanças do seu ambiente de trabalho e dilemas morais. Neste cenário, devemos tentar compreender quais as principais fontes de ansiedade e medo deste grupo para depois pensarmos em estratégias adequadas. O resumo cientifico abaixo publicado em 2020 aborda o tema que aborda a saúde mental dos profissionais de saúde que lidam diariamente com pacientes portadores da Covid 19.

Quando o profissional de saúde vê a morte nos olhos: a saúde mental dos profissionais que lidam diariamente com o surto de coronavírus de 2019.

Contexto :: O fato de COVID-19 ser transmissível de humano para humano e associado a alta morbidade e potencialmente fatalidade pode intensificar a percepção de perigo pessoal. Além disso, a previsível escassez de suprimentos e um fluxo crescente de casos suspeitos e reais de COVID-19 contribuem para as pressões e preocupações dos profissionais de saúde. Método: Os estudos foram identificados em periódicos internacionais de renome localizados em duas bases de dados eletrônicas: Scopus e Embase. Os dados foram cruzados com informações dos principais jornais internacionais. Resultados : O estresse relacionado ao trabalho é um potencial motivo de preocupação para os profissionais de saúde. Tem sido associada à ansiedade incluindo múltiplas atividades clínicas, depressão diante da coexistência de inúmeras mortes, longos turnos de trabalho com as mais diversas incógnitas e demandas no tratamento de pacientes com COVID-19. Portanto, é um importante indicador de esgotamento psíquico. Conclusões: À medida que os casos de coronavírus aumentam e as mortes aumentam na Itália, novos números mostram um nível "enorme" de contágio entre o pessoal médico do país. Pelo menos 2.629 profissionais de saúde foram infectados pelo coronavírus desde o início do surto em fevereiro, representando 8,3% do total de casos. A porcentagem de profissionais de saúde infectados quase dobrou o número registrado na China durante a epidemia. Os médicos das unidades de terapia intensiva estão no limite do estresse, especialmente quando lidam com pacientes mais velhos e com perspectivas de morte. Os médicos, não um parente, são inevitavelmente as últimas pessoas que um paciente moribundo do COVID-19 verá.

 DOI: 10.1016/j.psychres.2020.112972